A receção está pronta e chegam as primeiras perguntas. Nas línguas do bairro. Português. De portugal, da Holanda, do Brasil. Da Índia. Inglês de algures. Francês, com português à mistura. É uma língua a vários tons, de várias partes, de vários sítios que se encontram em Lisboa. O território estende-se sobre o jardim da Assembleia da República. O sol sobe e a temperatura também. A 5ª edição do Festival Todos assoma às janelas, sai às ruas de São bento e Poço dos Negros, entra nas lojas, nos pátios.
Durante todo o dia, até à noite, hão-de as pessoas aproximar-se da música, do teatro, das performances, das exposições, das intervenções. À tarde, abre a Casa das Brincadeiras e inunda-se da alegria e da euforia das crianças – e dos adultos, contagiados pelos mais novos.
Ao final da tarde, depois da receção de inauguração na UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa), a Jaipur Maharaja Brass Band inundou a Rua de São Bento com a alegria, a cor e o movimento irresistíveis. A fanfarra indiana é uma mistura de ritmo coreografia estonteante.
O momento em que a fanfarra subiu os degraus da Assembleia da República para se fechar num silência que lançou a Exposição de Fotografia Itinerante foi quase comovente. Dezenas de retratos em mãos desceram os degraus num silêncio perfurante que impeliu as pessoas em baixo a aplaudir espontaneamente.
Foi uma bela forma de começar mais uma edição do Festival Todos. Bem-vindos.
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